quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Comentar Rogers


Comentar Rogers

1. Rogers escreverá uma frase, no seu livro Tornar-se Pessoa (1970), «com efeito, é paradoxal verificar que, na medida em que cada um de nós aceita ser si mesmo, descobre, não só que muda, como, de igual modo, que as outras pessoas com as quais está em relação também mudam».

Rogers interessa-se por aquilo que chama aprendizagem experiencial, cujas principais características são as seguintes (Freedom to Learn, 1976):
- A aprendizagem experiencial é antes de mais, um compromisso pessoal; e é a pessoa inteira que se envolve;
- A aprendizagem assenta nas iniciativas do estudante;
- Esta aprendizagem faz-se em profundidade e muda os comportamentos, as atitudes e a personalidade do estudante;
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COMENTÁRIO
1. A aprendizagem experiencial é, antes de mais, é um compromisso pessoal e é a pessoa inteira que se envolve;

Aprender experiencialmente é, também, saber reflectir, organizar as suas próprias representações, procurar o sentido da sua experiência, interrogar-se sobre o sentido da vida. Ora, esta reflexão experiencial é um acto absolutamente pessoal e envolve toda a pessoa (memórias ou experiências vividas, afectos e medos, passado, presente e futuro). O aluno-actor envolve-se plena e conscientemente neste teatro de vida.


2. A aprendizagem assenta nas iniciativas do estudante;

O estudante, na perspectiva rogersiana, é, antes de mais, um actor, no sentido em que ele é o centro motor das actividades e, por tentativa e erro, deve procurar encontrar as sus próprias soluções. O aluno-actor age ou actua, a partir de uma reflexão interior, feita de comparações postas em relação, ajustamentos, controlos, e sempre confrontações intra e interpessoais.

3. Esta aprendizagem faz-se em profundidade e muda os comportamentos, as atitudes e a personalidade do estudante;

Se a aprendizagem autêntica é construída e não condicionada, claro que tem um carácter de compromisso pessoal, que integra pensamentos e sentimentos, numa experiência interior capaz de transformar a pessoa e a personalidade.
O aluno-actor, neste processo de aprendizagem experiencial, sente-se chamado a descobrir as suas potencialidades e a ousar pô-las em acção, aprendendo, assim, a liberdade de ser ele mesmo.

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