quinta-feira, 16 de julho de 2009

Poder e Relações Sociais

A sociedade é composta por diversas unidades sociais e o Poder em todas está presente, a nível macro ou micro, isto é, a nível dos grandes centros de decisão, relacionados com o Estado ou com outras organizações ‘superiores’ ou supranacionais, como a UE, a NATO ou a ONU, por exemplo, ou dos pequenos centros de decisão ou micropoderes, dispersos na sociedade. Mas, quer o poder venha do Estado, quer de qualquer um desses pequenos e diversificados centros, é sempre Poder.
De qualquer modo, importa definir alguns conceitos e ver as diferenças entre eles. O poder de Estado produz leis, usa coacção física, se necessário, como algemar ou prender, enquanto os micropoderes fazem as normas e utilizam, às vezes, uma violência simbólica.
A escola, enquanto organização ou instituição, é atravessada por relações de poder, considerando-se o poder como o “potencial” de A se impor a B e levar este a fazer o que ele quer. Daqui surgem, tipologias gerais aplicáveis à escola e à sala de aula, com os conceitos weberianos de “poder” (“probabilidade de um actor impor a sua própria vontade”), de “dominação” (“probabilidade de encontrar obediência a uma ordem”), sendo a legitimidade a base desta última. Se eu aceito ser dominado é porque reconheço alguma legitimidade ao meu “dominador” para o fazer.
É, neste campo, que Weber distingue três tipos de dominação ou autoridade: a tradicional (dos mais velhos sobre os mais novos), a carismática (vinda de quem tem carisma ou qualidades excepcionais) e a legal (das normas impessoais ou leis, vindas do nível macrossocial – Estado, autarquias- ou do nível microssocial – normas das pequenas organizações, como a escola, por exemplo). E daqui emergem os aspectos que se referem ao controlo, à dependência e à desigualdade, isto é, ao modo de conceptualizar “o poder “enquanto relação essencialmente assimétrica”, ou absolutamente desigual. Em síntese: quando há poder de A sobre B, este, o dominado, não é livre, nem independente, nem igual .

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